terça-feira, 30 de junho de 2009

Manobras de Fisioterapia Respiratória


Os procedimentos intervencionistas de Fisioterapia Respiratória são descritos como técnicas de higiene brônquica, técnicas de reexpansão e desinsuflação pulmonar e incentivadores inspiratórios. As técnicas de higiene brônquica são listadas como sendo aquelas capazes de mobilizar secreções e prover o seu deslocamento. São as seguintes: vibração torácica, compressão torácica, drenagem postural, bag-squeezing, Manobra Zeep e tosse.
A vibração torácica consiste em movimentos oscilatórios rítmicos e rápidos de pequena amplitude, exercidos sobre a parede do tórax com a intensidade suficiente para causar vibração em nível bronquial; uma freqüência ideal desejada situa-se entre 3 e 55 Hz e pode ser aplicada de forma manual ou mecânica. O efeito positivo desta técnica baseia-se na propriedade tixotrópica do muco, que se liquefazem quando submetido à constante agitação. A compressão torácica é uma técnica que consiste na compressão realizada na parede torácica durante a fase expiratória do ciclo ventilatório de forma relativamente brusca objetivando a formação de fluxo turbulento por aceleração do fluxo expiratório intrapulmonar, objetivando a mobilização de secreções.
A drenagem postural é amplamente empregada na fisioterapia respiratória e seus efeitos são oriundos da ação gravitacional. Já o bag-squeezing é um recurso fisioterapêutico que pode ser utilizado para pacientes que cursam com quadro de hipersecreção pulmonar e tampões mucosos e que estejam necessitando da utilização de ventilação artificial, por meio de um aparelho de ventilação mecânica invasiva. Essa manobra consiste na utilização de uma bolsa máscara de hiperinsulflação pulmonar (ambu®) e das técnicas de vibração e compressão torácica. O uso de manômetro de pressão é imprescindível (pressão máxima de 30 cmH20), bem como o uso de soro fisiológico pra fluidificar a secreção. Instabilidade hemodinâmica, hipertensão intracraniana, hemorragia peri-intraventricular grave, osteopenia da prematuridade, distúrbios hemorrágicos e graus acentuados de refluxo gastroesofágico são contra-indicações da fisioterapia respiratória.
A Manobra Zeep é uma técnica realizada somente em pacientes que estejam necessitando de ventilação mecânica invasiva. Para realizá-la é necessário elevar a pressão positiva expiratória final até um mínimo de 10 cmH2O e num instante depois levar esta pressão até zero (Zeep) juntamente com a vibrocompressão realizada sobre a parede torácica. Posteriormente deve-se retornar a pressão expiratória final aos níveis anteriores aos dos antes da realização da manobra. Nesta técnica, observa-se um efeito de desobstrução brônquica, em função de um alto fluxo expiratório e um importante ganho de volume corrente quando se retorna a pressão positiva, ao final da expiração aos níveis normais. É um procedimento contra-indicado em pacientes hemodinamicamente instáveis e com hipertensão intracraniana, bem como em recém-nascidos.
A tosse como recurso do fisioterapeuta pauta-se na sua capacidade de prover um aumento do fluxo expiratório e possibilitando a eliminação de secreções pulmonares. É um fenômeno protetor e depurador das vias aéreas e um dos mecanismos de defensivos do sistema respiratório. A aspiração é um procedimento utilizado para remoção de secreções de pacientes que estejam necessitando de via aérea artificial, ou pacientes hipersecretivos que se encontrem com alteração no mecanismo de tosse e, portanto, com ineficiência na eliminação das secreções traqueobrônquicas, realizadas pelo sistema aberto ou fechado.
No sistema de aspiração aberto uma sonda de diâmetro adequado, de acordo com a via aérea do paciente, é conectada a uma fonte de vácuo, devendo ser introduzida na via aérea. O tempo de aspiração deve ser o mais breve. No sistema de aspiração fechado, utilizado por pacientes que estejam necessitando de via aérea artificial, consiste num dispositivo cuja sonda de aspiração é completamente protegida por um saco plástico que permanece adaptado ao ventilador. Já o Aumento de Fluxo Expiratório (AFE) é uma técnica de fisioterapia respiratória que promove um movimento tóraco-abdominal sincrônico, provocado exclusivamente pelas mãos do fisioterapeuta na expiração. A manobra tem seu início após o platô inspiratório. Trata-se de uma manobra de desobstrução brônquica baseada na expulsão fisiológica das secreções pulmonares. A higiene brônquica normal constitui uma explosão expiratória reflexa (tosse). As técnicas de reexpansão e desinsuflação pulmonar são a forma como se processa a ventilação pulmonar em um determinado momento, levando-se em consideração o ritmo ventilatório, profundidade ventilatória e trabalho ventilatório.
No procedimento da técnica de padrão ventilatório podem ser classificados em reexpansivos e desinsuflativos, cuja finalidade é de expansibilidade tóraco-pulmonar, aumento da complacência, da ventilação pulmonar, dos volumes e capacidades pulmonares, melhora nas trocas gasosas e oxigenação, reversão de atelectasias e aumento da força muscular ventilatória. Outra modalidade é o padrão ventilatório desobstrutivo, que promove o aumento do fluxo expiratório, com melhora do trabalho antagônico e sinérgico desta musculatura em relação à musculatura inspiratória, potencializando a interação tórax-abdome a mecânica ventilatória, podendo ser: com inspiração abrevida e freno Labial ou Retardo.
A Terapia Manual Passiva (TEMP) consiste na mobilização manual passiva da caixa torácica por compressão regional do tórax no final da fase expiratória (acompanhando o movimento de alça de balde das costelas inferiores). Promove melhorara na elasticidade e complacência torácica pulmonar, diminuição da capacidade residual funcional, aumento o fluxo expiratório e facilitação da desobstrução broncopulmonar. Já na linha dos incentivadores inspiratórios (inspirometria de incentivo), trata-se de uma modalidade de terapia respiratória profilática, segura e eficaz. Promove melhora das funções pulmonares, prevenindo atelectasias, sendo um recurso amplamente utilizado nas cirurgias tóraco-abdominais, na presença de shunt, hipóxia e hipercapnia.
Portanto, a Fisioterapia Respiratória pode atuar tanto na prevenção quanto no tratamento das doenças respiratórias utilizando-se de diversas técnicas e procedimentos terapêuticos tanto em nível ambulatorial, hospitalar ou de terapia intensiva com o objetivo de estabelecer ou restabelecer um padrão respiratório funcional no intuito de reduzir os gastos energéticos durante a ventilação, capacitando o indivíduo a realizar as mais diferentes atividades de vida diária sem promover grandes transtornos e repercussões negativas em seu organismo.

Assistam...
http://www.youtube.com/watch?v=M9TK9WPVzms

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Reabilitação Cardíaca


Fases da reabilitação cardíaca:
Fase I: durante a admissão hospitalar;
Fase II: em ambiente de reabilitação pós-hospitalar;
Fase III: pós-reabilitação e cuidados continuados.

Papel do fisioterapeuta

O papel específico do fisioterapeuta na equipa da reabilitação está relacionado com a componente funcional do paciente. Com base na avaliação da história clínica e na avaliação funcional, o fisioterapeuta analisa as capacidades e limitações do paciente e desenvolve um plano de tratamento. O principal objetivo da fisioterapia é influenciar as capacidades de mobilidade do paciente positivamente, de modo a que a sua participação na sociedade seja otimizada.

Fase I da Reabilitação Cardíaca

Fase Aguda
Objetivos da Fisioterapia
Tratamento cirúrgico: fornecer aconselhamento pré-operatório;monitorizar a clearance de muco, ventilação e tratamento (se necessário).
Tratamento não-cirúrgico: monitorizar a clearance de muco, ventilação e tratamento (se necessário).
Critérios de Alta
Fisioterapia: ausência de problemas pulmonares objetivamente observados.
Médicos:
Tratamento cirúrgico e não cirúrgico: sem retenção excessiva de muco ou atelectasias; hemodinamicamente estável; sem anormalidades de ritmo ou condução severas.
Métodos de Avaliação: monitorização da clearance de muco e da ventilação.

Fase de Mobilização
Objetivos em Fisioterapia
Tratamento cirúrgico e não-cirúrgico: assegurar que o paciente consegue realizar Atividades de Vida Diária; assegurar que o paciente detém informação suficiente para começar a Fase II ou para prosseguir independentemente, o que significa que o paciente consegue gerir a sua vida com a sua doença; tem conhecimento acerca da natureza da patologia, cirurgia e fatores de risco; reage adequadamente a quaisquer sintomas que possam ocorrer.
Critérios de Alta
Fisioterapia: assegurar que o paciente pode funcionar ao nível pretendido de Atividades de Vida Diária; assegurar que o paciente tem capacidade aeróbia moderada (3 ou mais MET’s 1 ); o paciente tem conhecimento suficiente sobre a doença cardíaca e consegue gerir a informação; o paciente sabe os fatores de risco; o paciente gere adequadamente os sintomas.
Métodos de Avaliação: Avaliação da História Clínica 2 ; Checklist dos fatores de risco; Determinação objetiva do nível de atividades de vida diária que o paciente consegue realizar.

Após a fase aguda, o paciente é transferido para outra área hospitalar, onde a mobilização pode começar. Durante a fase de mobilização, o fisioterapeuta auxilia o paciente a atingir o nível desejado de atividade diária (quadro 1).

Pré-operatória: consiste em:explicar os objetivos da fisioterapia; ensinar técnicas para melhorar a ventilação; ensinar acerca de métodos de clearance de muco; aconselhamento dos pacientes.
Pós-operatória: UTI (2 dias) - identificar problemas na clearance de muco e ventilação e, se necessário, ensinar técnicas de fisioterapia respiratória e fase de mobilização (4 – 10 dias) - fornecimento de exercícios respiratórios apropriados que se centrem na maximização da inspiração e que envolva manter inspirações profundas por alguns segundos, ensinar técnicas de aumento da efetividade da tosse, técnicas expiratórias forçadas e prolongadas, com o objetivo de melhoria da ventilação e da clearance de muco e deverá ser prestada especial atenção no encorajamento da mobilização do paciente o mais precocemente possível.

Fase II da Reabilitação cardíaca
A intervenção do fisioterapeuta pode incluir o fornecimento de informação, aconselhamento e educação, o desenvolvimento e implementação de programas de exercícios para os pacientes, bem como a instrução de estratégias de relaxamento (quadro 2).


Fase III e IV da Reabilitação Cardíaca

Exercício a longo prazo: recuperação, adaptação e manutenção do sistema cardiovascular. Tratamento não-supervisionado; Manutenção do condicionamento aeróbico; Pacientes bem orientados.

Acessem a Diretriz de Reabilitação Cardíaca






quinta-feira, 25 de junho de 2009

Importância da Fisioterapia Cardiorrespiratória


A Fisioterapia tem sido considerada um componente fundamental na reabilitação de pacientes cirúrgicos, especificamente os cardiovasculares, com o intuito de melhorar o condicionamento cardiovascular e evitar ocorrências tromboembólicas e posturas antálgicas, oferecendo maior independência física e segurança para alta hospitalar e posterior recuperação das atividades de vida diária. O fisioterapeuta tornou-se um profissional de extrema importância junto ao paciente crítico, atuando não só na reabilitação, mas também na prevenção de complicações potencialmente letais. Programas de reabilitação cardíaca baseiam-se na reabilitação física com consequentes reduções da morbidade e mortalidade, sendo ainda, a redução do estresse emocional, parte importante nos programas de reabilitação cardíaca.
Os tratamentos fisioterapêuticos na fase hospitalar baseiam-se em procedimentos simples, como exercícios metabólicos de extremidades, para diminuir o edema e aumentar a circulação; técnicas de tosse efetiva para eliminar obstruções respiratórias e manter os pulmões limpos; exercícios ativos para manter a amplitude de movimento e elasticidade mecânica dos músculos envolvidos; treino de marcha em superfície plana e com degraus, entre outras atividades, uma vez que a mobilização precoce dos pacientes após cirurgia cardíaca demonstra reduzir os efeitos prejudiciais do repouso prolongado no leito, aumenta a autoconfiança do paciente e diminui o custo e a permanência hospitalar. A fisioterapia motora tem grande significado para o desenvolvimento da capacidade respiratória, procurando evitar atelectasias em áreas pulmonares inferiores e sendo importante na prevenção de processos vasculares venosos, particularmente tromboembolismo e tromboflebites entre outros, sobretudo por alterações venosas no membro inferior. A mobilização precoce reduz os efeitos prejudiciais do repouso no leito e maximiza a velocidade em que as atividades habituais podem ser reassumidas. Atualmente, novas técnicas terapêuticas permitem que a maioria dos pacientes tenha alta hospitalar precocemente após infarto e revascularização do miocárdio sem perda da capacidade funcional. Nos últimos anos, foram descritos inúmeros benefícios do exercício regular para portadores de cardiopatia, além da melhora na capacidade funcional (Titoto et al)
A respiração é um processo essencial à vida, é a maneira pela qual se efetuam as trocas gasosas entre os pulmões e o meio exterior. Para que os pulmões permaneçam funcionando corretamente é necessária a integridade das estruturas anatômicas e que as vias aéreas estejam limpas sem obstáculos, como as secreções, que impeçam a passagem do ar. Existe uma grande variedade de patologias que acometem o sistema cardiorrespiratório (DPOC, Asma, Bronquite, etc.) exigindo tratamento clínico específico e reabilitação adequada. Apesar de o tratamento fisioterápico ser diferenciado para cada patologia, os objetivos são comuns. Melhorar a ventilação e a oxigenação pulmonar, facilitar a eliminação de secreções, reduzir a dor e maximizar a tolerância ao exercício, diminuir o trabalho respiratório e cardíaco. A fisioterapia cardiorrespiratória na busca de oferecer melhor qualidade de vida aos pacientes, seja no atendimento ambulatorial ou hospitalar, elaborou diversas técnicas de tratamento. Algumas das técnicas são utilizadas no pré e pós-operatório de cirurgias tóraco-abdominais (cirurgia cardíaca, bariátrica, pulmonares...) com o objetivo de preparar bem os pulmões e o coração evitando complicações pós cirúrgica.
Durante o período pós-operatório da cirurgia cardíaca, ocorrem mudanças no padrão respiratório, força muscular, dentre outras, devido às operações nas propriedades mecânicas do pulmão e da parede torácica. E isso propicia surgimento de complicações na evolução desses pacientes. A fisioterapia cardiorrespiratória é de suma importância tanto na prevenção como na reversão das complicações pós-operatórios. A fisioterapia ocupa hoje papel rele­vante no ambiente da terapia intensiva, principalmente para os pacientes sob ventilação mecânica invasiva ou não invasiva.
A Fisioterapia faz parte do atendimento multidisciplinar oferecido aos pacientes em unidade de terapia inten­siva (UTI). Sua atuação é extensa e se faz presente em vários segmentos do tratamento intensivo, tais como o atendimento a pacientes críticos que não necessitam de suporte ventilatório; assistência durante a recuperação pós-cirúrgica, com o objetivo de evitar complicações respiratórias e motoras; assistência a pacientes graves que necessitam de suporte ventilatório. Nesta fase, o fisioterapeuta tem importante participação, auxiliando na condução da ventilação mecânica, desde o preparo e ajuste do ventilador artificial à intubação, evolução do paciente durante a ventilação mecânica, interrupção e desmame do suporte ventilatório e extubação. A fisioterapia respiratória é eficaz e recomendada para o tratamento das atelectasias pul­monares em pacientes em ventilação mecânica. A fisioterapia respiratória pode ser utilizada em pa­cientes críticos, com o objetivo de prevenir e/ou tratar complicações respiratórias (Jerre et al)


Dêem uma olhadinha nessas animações...




quarta-feira, 24 de junho de 2009

Pensamento e saúde


MUTANTES

"Somos as únicas criaturas na face da terra capazes de mudar nossa biologia pelo que pensamos e sentimos!"
Nossas células estão constantemente bisbilhotando nossos pensamentos e sendo modificados por eles. Um surto de depressão pode arrasar seu sistema imunológico; apaixonar-se, ao contrário, pode fortificá-lo tremendamente. A alegria e a realização nos mantém saudáveis e prolongam a vida.
A recordação de uma situação estressante, que não passa de um fio de pensamento, libera o mesmo fluxo de hormônios destrutivos que o estresse. A alegria e a realização nos mantém saudáveis e prolongam a vida. A recordação de uma situação estressante, que não passa de um fio de pensamento, libera o mesmo fluxo de hormônios destrutivos que o estresse.
Quem está deprimido por causa da perda de um emprego projeta tristeza por toda parte no corpo - a produção de neurotransmissores por parte do cérebro reduz-se, o nível de hormônios baixa, o ciclo de sono é interrompido, os receptores neuropeptídicos na superfície externa das células da pele tornam-se distorcidos, as plaquetas sanguíneas ficam mais viscosas e mais propensas a formar grumos e até suas lágrimas contêm traços químicos diferentes das lagrimas de alegria.
Todo este perfil bioquímico será drasticamente alterado quando a pessoa encontra uma nova posição. Isto reforça a grande necessidade de usar nossa consciência para criar os corpos que realmente desejamos. A ansiedade por causa de um exame acaba passando, assim como a depressão por causa de um emprego perdido.O processo de envelhecimento, contudo, tem que ser combatido a cada dia.
Shakespeare não estava sendo metafórico quando Próspero disse: " Nós somos feitos da mesma matéria dos sonhos."Você quer saber como esta seu corpo hoje?Lembre-se do que pensou ontem. Quer saber como estará seu corpo amanhã?Olhe seus pensamentos hoje!”Ou você abre seu coração, ou algum cardiologista o fará por você!"



Texto do livro: Saúde Perfeita
Autor: Deepak Chopra