quarta-feira, 1 de julho de 2009

Ventilação Mecânica Não Invasiva (VMNI)


Definição

A Ventilação Mecânica Não Invasiva (VMNI) consiste em um método de assistência ventilatória aplicada à via aérea do paciente através de máscaras (faciais/ nasais) ou bocais, que funcionam como interface paciente/ ventilador, em substituição às próteses endotraqueais. Pode ser empregada por pressão negativa ou pressão positiva.

Objetivos

• Manutenção das trocas gasosas (hipoxemia e hipercapnia);
• Facilitar a ventilação alveolar;
• Diminuir o trabalho respiratório;
• Diminuir a dispnéia (conforto).


Histórico

• 1920 (epidemia de pólio) – pulmão de aço;
• 1930 (Motley e Barach) – máscaras;
• 1940 (Poulton) – Edema Pulmonar;
• 1960 (II Guerra Mundial e corrida espacial) – ventiladores microprocessados;
• 1980 (pressão positiva) – apnéia obstrutiva do sono e âmbito hospitalar.

Máscaras

As máscaras são a interface paciente/ ventilador. As máscaras faciais permitem correção eficiente nas trocas gasosas e em pacientes mais dispnéicos que respiram de boca aberta. Tem a desvantagem do espaço morto no interior.
As máscaras nasais são mais bem toleradas, e tem a desvantagem de permitir fugas pela boca e o aumento da resistência das narinas.Também podem ser utilizados bocais.

Modo de ventilação

• CPAP (pressão positiva contínua nas vias aéreas). Mais útil em pacientes com Insuficiência Respiratória Aguda cardiogênica (EAP).
• Ventiladores acoplados à máscara, recomendado usar PEEP + PS.
• BIPAP (pressão inspiratória positiva – IPAP e pressão expiratória positiva – EPAP).

Indicações

· Hipercapnia: agudização da DPOC, mal asmático, doenças neuromusculares, alterações da cx torácica (cifoescoliose), pós-extubação, agudização da Fibrose Cística.
· Hipoxemia: edema agudo pulmonar cardiogênico, lesão pulmonar aguda-SARA, IRp pós-operatória, IRp pós-broncoscopia, Pctes terminais, desmame, distúrbios do sono, pctes para transplante pulmonar.

Principais indicações

· Insuficiência respiratória ventilatória (tipo II) e DPOC – Brochard et al (85 pctes, 42 não-VNI e 43 VNI, reduziu-se necessidade de intubação 26% contra 74% e a mortalidade hospitalar 9% contra 29%).
· Desmame – Nava et al (50 pctes, 25 intubados e 25 VNI, reduziu-se a necessidade de suporte ventilatório 12% contra 32% e mortalidade 8% contra 28%).
· Insuficiência respiratória hipoxêmica (tipo I) e Edema pulmonar cardiogênico – Bersten et al e Lin et al pctes tratados com VNI, a necessidade de intubação 0 contra 35% não-VNI).
· Lesão Pulmonar Aguda (SARA) – Antonelli et al reduziu-se complicações graves 38% contra 66%; pneumonias e sepse 3% contra 31% e mortalidade 28% contra 47% em pctes intubados).

Vantagens

· ICC → diminui pré e pós-carga e recruta alvéolos;
· DPOC e Asma → diminui trabalho respiratório e diminui auto-PEEP;
· IRpA → recruta alvéolos e melhora troca gasosa;
· Doença neuromuscular → diminui trabalho respiratório
· Desmame difícil → aumenta participação das vias aéreas, diminui trabalho respiratório e evita reintubação.

Contra-indicações

· Absolutas: Instabilidade hemodinâmica e arritmias, Angina Instável, IOT- para proteger VA, Alto risco de aspiração, Trauma de face, Pneumotórax não tratado, Rebaixamento do nível de consciência.
· Relativas: IAM recente, Pcte não cooperativo, PO do trato digestivo alto, Obesidade Mórbida, Má adaptação da máscara, necessidade de sedação, necessidade de FIO2 alta - hipoxemia refratária

Complicações

• Necrose facial;
• Distensão abdominal (aerofagia);
• Aspiração de conteúdo gástrico;
• Hipoxemia transitória;
• Ressecamento nasal, oral e de conjuntivas;
• Barotrauma (menos comum).

Falência

• Necessidade de FIO2 maior 60%;
• Queda pH e/ou aumento PaCO2;
• Aumento da frequência respiratória ou persistência acima de 35;
• Diminuição do nível de consciência ou agitação;
• Instabilidade hemodinâmica;
• Arritmias graves;
• Isquemia miocárdica
• Distensão abdominal severa;
• Intolerância à máscara.

Assistam...
http://www.youtube.com/watch?v=Xnx6hQvkhyw

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